quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Seu Filho não quer ir para a escola?

Esta foi a minha participação no site Disney Bubble



COMPORTAMENTO

Meu filho não quer ir para a escola. O que faço?


Ele chora, se recusa a colocar o uniforme e até fica doente para não ir ao colégio? É possível sair dessa saia justa

Arthur tinha 8 anos e era aluno do terceiro ano do Ensino Fundamental. Sua mãe, Fernanda Souza, percebia que o filho se mostrava cada vez mais cabisbaixo e desanimado quando o assunto era a escola. O menino chegava a pedir à mãe para não ir ao colégio.
“Hoje sabemos que isso aconteceu por alguns motivos. O ensino começou a ficar mais complicado, o que exigiu mais das habilidades dele. Além disso, a nova professora não respeitava a sua timidez e isso o deixava cada vez mais retraído”, conta Fernanda.
Para a criança se sentir bem na escola, ela precisa estar adaptada. “Hoje em dia, as instituições se empenham em oferecer um ambiente gostoso. Então, por mais complexas que sejam as atividades, as crianças geralmente gostam do colégio. Se ela passa a demonstrar alguma insatisfação, é realmente importante levantar a antena”, comenta a psicóloga infantil Daniella Freixo de Faria.
Fernanda estava bem atenta e, por conta desse episódio, sua rotina com Arthur mudou completamente. Além de muita conversa - em que os pais explicavam sobre a importância de frequentar as aulas e relembravam sobre a presença dos amigos no ambiente escolar - Fernanda deixou seu emprego para poder acompanhar os estudos do filho de perto.
Além disso, a mãe estreitou seus laços com a escola e, aos poucos, conseguiu que a nova professora não insistisse mais na mudança de comportamento de Arthur.
“Tive a ajuda das educadoras dele dos anos anteriores e das coordenadoras do colégio. Ele é um menino tímido, isso é da personalidade dele, não adianta forçá-lo a mudar. Quando ela passou a respeitar mais a individualidade dele, tudo fluiu melhor”, conta Fernanda.
“Qualquer criança pode ter dificuldades de adaptação durante a vida escolar, mas aquelas em fase de alfabetização, que são muito tímidas ou que sofrem bullying estão entre os perfis mais comuns”, comenta a psicopedagoga Simone Gutierrez.
Além disso, o rendimento escolar pode ser prejudicado por alguma perda ou mudança familiar drástica, como um divórcio, por exemplo. Não hesite em procurar ajuda. “A parceria entre a escola e a família é crucial. É nessa ponte que a criança vai perceber que todos estão ali lutando por ela”, comenta Daniella.
No caso de Arthur, nesse meio tempo, ele foi matriculado em algumas atividades extracurriculares dentro da escola na tentativa de inseri-lo mais no ambiente escolar. A mãe acredita que essa decisão foi assertiva e fez com o filho passasse a ver o colégio de uma maneira diferente.
Só tinha um problema: quando as coisas começaram a entrar nos eixos, um semestre inteiro de aulas já havia passado e as notas de Arthur estavam baixas. Foi preciso muito esforço de toda a família para que ele fosse aprovado.
“Todos nós sofremos. Ele quase reprovou e chorou demais quando conseguiu passar de ano”, relembra a mãe. Ela acredita que agora, no quarto ano, tudo será diferente. E muito melhor!
Os pequenos também reclamam
Raquel Cassoli passou maus bocados com o seu filho Bruno. Quando ele tinha apenas 2 anos, era só falar em escola que o escândalo começava: não queria colocar uniforme, chorava e fazia manha até chegar no colégio.
“Eu me atrasava todos os dias para o trabalho. Lembro que, em um deles, precisei colocar o sapato nele 5 vezes. Até eu chorei”, conta a mãe. Bruno nunca tinha oferecido resistência e já ia para a escola desde os 5 meses de vida. Por que isso estava acontecendo?
“Em uma reunião de pais, descobri que ele estava passando muito tempo com crianças maiores e era isso que o fazia se negar a ir. Tentamos negociar uma mudança com o colégio, mas não conseguimos. Mudamos o Bruno de escola e hoje está tudo bem”, conta.
Identifique o problema e saia dessa
  • Fique atenta aos sinais do seu filho. Quando há algum problema na escola, nem sempre a criança se recusa a ir. Preste atenção caso apareça um desânimo exagerado ou até algumas doenças sem motivo aparente.
  • É natural que, no retorno das férias, as crianças tenham mais preguiça para voltar aos estudos. Uma boa ideia é retomar a rotina da escola uma semana antes da volta às aulas: horários certinhos para dormir e se alimentar podem ajudar.
  • Muitas crianças podem reclamar sobre a escola após o período de adaptação. É quando elas percebem que o colégio realmente faz parte de sua rotina e ficar em casa parece ser mais prazeroso. Reforce a importância da escola através do diálogo – e, acredite: é só uma fase.
  • Todas as crianças precisam estabelecer bons vínculos com seus professores, principalmente aquelas menores de 8 anos. O pequeno deve se sentir seguro dentro da escola e ver no adulto uma figura de confiança e carinho.
  • Acompanhe os estudos das crianças de perto. Ajude seu filho a fazer lição de casa, leia para ele e compareça às reuniões de pais.
  • Não hesite em procurar profissionais especializados, caso não esteja dando conta do recado. Psicólogas infantis e psicopedagogas são sempre bem-vindas.


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