Eu nunca havia pensado seriamente sobre a publicidade infantil até ter filhos. Já havia questionado os programas infantis, que desde que eu era criança, eram inadequados e enganosos. Questionei o consumismos por um status social que muitas pessoa buscam. Na verdade desde que terminei a faculdade fui me desligando da tv. A falta de tempo fez de mim uma pessoa extremamente seletiva. Assistia apenas aos canais pagos e após a maternidade nem mais aos canais pagos.
Há um tempo o consumo desenfreado me assusta; pessoas que trocam de celular como quem troca de roupa, pessoas que fazem dívidas horrendas para se sentirem parte de um determinado grupo social e os alunos, que não compram livros, porque nunca têm dinheiro, mas além da mensalidade da faculdade, tem a mensalidade na loja de roupas, do tablet, a dívida do cartão de crédito. Sou a favor do consumo consciente, embora eu nem tenha muita certeza se realmente consigo comprar apenas aquilo preciso, mas tentar ensinar uma criança o que é consumo consciente é quase impossível. Uma criança de 4 anos não tem noção do valor do dinheiro, que é abstrato, mas sabe a vontade de ter aquele carrinho, ou aquela boneca que aparecem repetidas vezes na televisão, principalmente próximo as datas comemorativas de Dia das crianças e Natal.
O movimento contra a publicidade dirigida á criança iniciou em 2001 em um projeto de lei (PL 5.921/01) cujo texto foi aprovado pela câmara dos deputados apenas em 18/09/2013 (12 anos!!) e ainda sera encaminhado para o Senado federal.
O Conselho Regional de Psicologia emitiu um parecer escrito por Yves de La Taille que pode ser acessado na integra aqui, mostrando o posicionamento da Psicologia frente a publicidade infantil. Complementando com o documentário "Criança, a alma do negócio” que pode ser assistido no You Tube. E "Além do Cidadão Kane" que pode ser assistido na integra aqui.(sobre a influencia da Televisão)
Dados dos documentários mostram a dominação da mídia sobre população brasileira: só 1 terço da população pode pagar pelos produtos anunciados pela TV. Endividamento das classes mais pobres para terem acesso a produtos que não são de primeira necessidade.
O discurso da publicidade é comercial, vende uma ideia que
não é apenas o produto, vende a alegria, a felicidade e o pertencimento a uma parte de população, que parece ser alcançada pela aquisição de determinado produto.
Acaba por ser um problema para a sociedade, que passa a associar
produtos adultos para as crianças (as crianças determinam 80% dos produtos
consumidos hoje).
A maioria dos produtos alimentícios anunciados para as
crianças são impróprios, são potencialmente calóricos e possuem grande quantidade de sódio, corantes e conservantes. Um exemplo disto é que os sucos chamados "néctar da fruta" possuem 50% de suco natural, os outros 50% é composto de água, açúcar, conservante e aditivos como corantes artificiais. Muitos do que são vendidos como suco não tem sequer 50% de suco natural. A mesma linha seguem as bebidas lácteas que são confundidas com leite.
A psicologia responde as demandas de caráter emergencial
para o bem estar da sociedade, visando que esta seja mais justa e igualitária. Para isto apresento alguns pontos que devem ser considerados no que diz respeito a regulamentação da publicidade
para a criança:
1 1)
Desejo e poder de compra: a criança tem desejo e
é influenciada por programas e propagandas. A criança pobre que não pode
comprar, não só fica frustrada como também cria um problema em casa, pois não
entendem que o pais não podem comprar. Isso não justifica a violência, embora
também a motive. Os pais algumas vezes cedem ao desejo dos filhos se
endividando para adquirir o que a criança deseja e deixando de comprar o eu é
realmente necessário. O desejo é sempre o desejo de compra e não
necessariamente o desejo pelo produto. (geralmente a criança brinca com o brinquedo novo por alguns minutos e logo se desinteressa)
2 2)
Manipulação: a manipulação pode ser boa, mas no
caso da propaganda é negativa. Vendem felicidade. Os profissionais da
publicidade estão ocupados em fazer a melhor propaganda e não o que é melhor
para a criança. Crianças e adultos são diferentes, a criança não sabe analisar
regras e não tem autonomia, por esse motivo a propaganda com personagens
infantis, representa figuras de autoridade para as crianças. Parte da noção de
que a criança não sabe o que quer e que é fácil induzir alguém a querer algo
que não sabe o que quer. Vontade X força de vontade. A criança não tem força de
vontade. Ela é imediatista, vive apenas as questões reais. Não faz
planejamento. A força de vontade é algo além da vontade, o que domina a vontade.
3 3)
Compreensão da realidade: são ingênuas por não
possuírem experiência, mas não se pode dizer que são deficientes, lidam com
situações reais e são facilmente iludidas pelos filmes publicitários que dão a
impressão de que o brinquedo faz mais do que realmente faz.
Para concluir:
1.
A publicidade desperta para o consumo e que nem
sempre é a favor de sua educação ou necessidade.
2.
A criança s deixa levar pela propaganda.
3.
Não possui repertório para julgar propaganda,
nem o produto sendo facilmente induzida ao erro.
4.
As vontades infantis são passageiras:
a.
atenção para as crianças que trabalham como
atrizes por desejo dos pais para a fama e;
b.
para a propaganda que coloca a criança como
consumidora.
c.
É preciso
desenvolver metas educativas para formar consumidores mais conscientes.
A Publicidade infantil só agrega ás empresas e não favorece a criança.
Para saber mais:
Leiam, informe-se e entrem nesta luta. (as imagens são todas do site Infância Livre de Consumismo)
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