domingo, 29 de setembro de 2013

Marx e Engels

(os filósofos que sustentam a Psicologia Sócio Histórico Cultural)


Como disse anteriormente, a Psicologia é fundamentada historicamente por diversas correntes filosóficas e a compreensão da Psicologia de Vigotski passa pelo entendimento da história social, política e econômica da Russia, assim como a compreensão da filosofia Marxista.

A primeira parte são anotações sobre Marx, de uma aula que assisti do Prof. Dr. Netto Berenchtein, no doutorado, que somei a gentil contribuição do colega: Prof. Dr. Adalberto Botarelli . A ideia deste post é do prof. Adalberto.


Marx e Engels tiveram algumas diferenças, mas quando Marx lê a critica a política, ele se insere nesta filosofia política e juntos eles produzem muita coisa. 
Marx perde um filho, tamanha é a pobreza em que vive. Engels o ajuda como pode, mas ambos morrem paupérrimos.
A filosofia marxista é materialista. O materialismo é que mais se aproxima da ciência.
Marx nunca falou sobre o comunismo, o comunismo nunca existiu, para existir comunismo é preciso a supressão do Estado. Em Cuba, na Coreia e na China o que  acontece é um socialismo, mas nem um socialismo de verdade porque eles possuem um governo autoritário.
Dialética Hegeliana
A lógica apresenta, em relação á sua forma, três aspectos inseparáveis.
                Abstrato – acessível ao entendimento – tese
                Dialético – negativamente racional – antítese
                Especulativo – positivamente racional – síntese.


Marxismo é o conjunto de ideias filosóficas, econômicas, políticas e sociais elaboradas primariamente por Karl Marx e Friedrich Engels e desenvolvidas mais tarde por outros seguidores.
No livro: "O desenvolvimento Cognitivo" do Lúria é claro que a compreensão do homem como um ser social histórico e que possui a capacidade de trabalhar e desenvolver a produtividade do trabalho, é uma tese marxista. É esta tese que sustenta a pesquisa descrita no livro. Esta capacidade é o que diferencia os homens dos outros animais e possibilita o progresso de sua emancipação da escassez da natureza, o que proporciona o desenvolvimento das potencialidades humanas. Baseado na concepção materialista e dialética da História, interpreta a vida social conforme a dinâmica da base produtiva das sociedades e das lutas de classes daí consequentes.

Marx queria ser professor de filosofia. Ele criticou o sistema filosófico idealista de Hegel. Enquanto que, para Hegel, da realidade se faz filosofia, para Marx a filosofia precisa incidir sobre a realidade. O núcleo do pensamento de Marx é sua interpretação do homem, que começa com a necessidade de sobrevivência humana. A história se inicia com o próprio homem que, na busca da satisfação de necessidades, trabalha sobre a natureza (o trabalho é compreendido como forma de relação do homem com a natureza). À medida que realiza este trabalho, o homem se descobre como ser produtivo e passa a ter consciência de si e do mundo através do desenvolvimento e aprimoramento da produtividade do trabalho, da ciência sobre a realidade. Percebe-se então que "a história é o processo de criação do homem pelo trabalho humano".


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Termos Importantes da Filosofia Marxista 

Idealismo: (Berkeley)
1 – O espírito (razão) cria a matéria.
2 – O mundo não existe fora do nosso pensamento
3 – São as nossas ideias que criam as coisas
Materialismo: (Marx)
1 – É a matéria que cria o espírito (razão)
2 – A matéria existe fora de todo espírito
3 – A experiência permite-nos conhecer as coisas (consciência)
Agnóstico: ( Hume e Kant)
Tentativa de conciliar o idealismo e materialismo 
Metafísica: Identidade, Isolamento das coisas, Divisões, Oposição de contrários.
Dialética: Mudança/Processo, Ação recíproca, Contradições (afirmação/negação), Transformação de quantidade em qualidade.
Materialismo dialético (filosofia)  - Parte da consideração de que os fenômenos materiais  são “processos”. Segundo o materialismo dialético, o espírito (razão) não tem consequência passiva da ação da matéria,  assim pode reagir sobre aquilo que o determina. Os fenômenos  mecanicistas são “processos”.
O ser social determina a consciência, sendo que as relações sociais de produção envolvem:
1 - Forças produtivas - Conjunto formado pelo clima, água, solo, matérias-primas, máquinas,  etc.
2 - Relação de Produção - É a relação trabalhista entre burguesia x proletariado, que fundamenta toda a sociedade.
3 - Modo de Produção  - É a consequência entre (forças produtivas e relação de produção ). É o desenvolvimento da vida social e econômica, etc.
4 - Contradição -  Luta de Classes
5 - Antagonismo de Classes - É a contradição entre as diferentes classes: “proletariado x  burguesia”. Isso acontece quando há a divisão da propriedade privada e a exploração trabalhista. Assim, surge a luta de classes, pois cada classe luta pelos próprios interesses.
6 - Mais valia -  Obtida pela exploração do trabalhador. O capitalista contrata o operário para trabalhar num certo período de hora a fim de alcançar determinada produtividade. Mas, o trabalhador estando disponível todo o tempo pode produzir o excedente que foi calculado. E o  trabalho excedente não é pago ao operário, ficando assim como lucro ao capitalista.
7 - Práxis - Marx desenvolve uma nova antropologia da “natureza humana”. Segundo sua teoria, o trabalho, o existir humano parte do “agir”, o homem se autoproduz à medida que transforma a natureza com sua força de trabalho. A condição humana depende de sua  existência social. A práxis consiste na ação humana transformadora, identificando teoria com a prática.
8 - Revolução e Práxis -  Marx nomeia pela ação humana de transformar a realidade. Significa a união dialética  da teoria e da prática. Para Marx, o Estado não supera as contradições da sociedade civil, mas é o reflexo delas e está aí para perpetuá-las. Por isso, só aparentemente visa ao bem comum, estando de fato a serviço da classe dominante.
Dialética de Marx
Apesar de influenciado por Hegel, Marx diz ter invertido a teoria dialética deste. Ao passo que Hegel, entre outros de sua época, postulava a crença no Absoluto (estado, ideias), Marx veio a inverter essa ordem (chamando a si mesmo de um hegeliano às avessas). Coloca a produção material de uma época histórica como a base da sociedade e, também, a criadora da subjetividade dessa época. Não é o conhecimento espiritual (racional) que muda a produção da existência e, consequentemente, a vida social, mas exatamente o contrário: com a atividade prática, a revolução (equiparação das forças produtivas com relação ao corpo social), o corpo social transforma também a sua subjetividade.
A relação da produção da vida prática e material para com as ideias não é, porém, determinística e reducionista como à primeira impressão pode parecer; existe uma relação dialética entre essas duas entidades. Marx tinha um pensamento prático e político que muitos entenderam como sendo um método a determinar a realidade, chamando-o de materialismo histórico e dialético, que mais tarde veio a ser denominado de marxismo.
O ser social é determinado pelas condições materiais de existência em que os seres humanos vivem na sociedade, não é a consciência que determina as suas condições materiais de existência, mas estas que determinam aquelas.
“ Pensa-se de maneira diferente nem palácio e numa choupana” (Engels)
“ Tudo  o que põe os homens em movimento deve necessariamente passar pelo cérebro, mas a forma que isso toma nele depende das circunstâncias” (Engels)
História
São as mudanças sociais ao longo do tempo e refletem condições materiais de existência, enquanto os idealistas consideram que as ideias geram vontade e levam à ação, os materialistas partem do princípio de que é a ação que produz vontade e gera ideias, sendo o fato histórico as ideias em luta. 


A natureza não possui história, possui leis que fazem reproduzir-se sempre de um modo cíclico repetitivo, assim a natureza aparenta ter uma dialética.
A história é a história de um processo de desenvolvimento do espírito.(Hegel) Espírito se expressa através do humano.
O estado atual de algo traz em si dos estados precedentes. Sendo assim  pode –se estudar algo hoje e conhecer o estado anterior.
A história não é exclusivamente positiva,o que se positivou, o que aconteceu, pois a história termina com o presente.

Para saber mais:
Arquivos Marxistas.
POLITZER,Georges. Princípios elementares de filosofia. São Paulo: Centauro, 2001.
LURIA, Alexader Romanovic. O desenvolvimento do Psiquismo. São Paulo, Imago, 2001.

Prof. Dr. Adalberto Botarelli
Graduação em Psicologia pela Universidade Metodista de São Paulo (1991)
Mestrado em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2002)
Doutorado em Psicologia Social - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2008). 
Especialista em Planejamento, Implementação e Gestão da EAD (UFF).Atualmente é professor titular da Universidade Bandeirante de São Paulo, com atuação no stricto sensu e Membro da Comissão de Ética em Pesquisa com Seres Humanos. Na Secretaria da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo é membro do Comitê de Ética em Pesquisa. É professor da Universidade Nove de Julho. 

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